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"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais."
José Saramago

domingo, fevereiro 07, 2010

Lugares meus

Regresso à terra.
Ao fim de quantos dias? Tantos! Quantas saudades? Imensas!
Onde danço nas ruas com a genuinidade de quem se olha ao espelho pela primeira vez e gosta do que vê, pensando ser outra pessoa. 
É a terra que me faz sentir miúda.
Que me faz querer partir à descoberta, que me faz querer mais.
Mas que me faz querer menos também.
Porque me acolhe sempre, e não guarda rancores destas temporadas.
Tem um cheiro próprio, que eu gostava de dar a conhecer ao mundo.
Mas assim, passaria a ser a terra de todos e não a minha.
Porque todos iriam querer beber dela, viver nela, ser-lhe coração e ter-lhe o gene.
É Azinhaga. É Ribatejo. É borda d’água, lezíria. É campino e é ceifeira. É folclore. É amor.

E Lisboa?
Ai bela Lisboa! Cidade da minha vida.
Que, ao invés, me faz sentir mulher, me envaidece!
Me acolhe e me embala, em tantas noites do ano.
Tantas. Como se dela fosse.
Cidade de mim e do mundo!
Das cores e dos sabores. Das culturas. Dos amores. Passo para o mundo.
Cidade das descobertas e das redescobertas.
Porque a cada instante, em tantas partes, me encontro. Com outros e comigo.
Me perco e redescubro.

Em comum… O Tejo!
Belo e grande Tejo.
Donde partiram as naus e as caravelas dos descobrimentos portugueses.
Sublime. Meu, nosso, vosso.
Tejo é vida, é calma e exaltação. É alento.
Aqui tão perto.