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"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais."
José Saramago

quinta-feira, setembro 02, 2010

Vá Vila Nova!!


             
             E regressámos nós ontem de uma viagem fantástica.
            Tínhamos conhecido o grupo da Vila Nova, ilha Terceira, em Julho, por ocasião do nosso festival e através de um senhor, o grande Vieira, com quem o meu pai jogou no Vilanovense há 39 anos, e desde o início que percebemos que eram um grupo unido e sempre pronto para tudo. O bichinho ficou e no dia 26 de Agosto lá fomos.
            Levei na mala o essencial… Roupa, alguns acessórios, papel e caneta… E trouxe muito mais!
            A recepção foi fantástica, deu para perceber que iríamos ser bem tratados. Os sorrisos surgiram logo no primeiro instante.
            Ficámos alojados num hotel de 5 estrelas, que é o mesmo que dizer que havia uma sala com camas para 42 pessoas, a água do duche nem sempre era quente, mas isso pouco importava. Receberam-nos de braços abertos, como se àquela terra pertencêssemos.
            No primeiro dia, o destino foi a zona balnear das Escaleiras… Fiquei apaixonada. Tanto que nos dias seguintes voltámos lá. Mar bravio, que vinha até nós desde onde o olhar não conseguia alcançar. Água com temperatura amena, muito salgada, que nos permitia flutuar.
            Nos restantes dias visitámos a cidade da Praia da Vitória (com um apontamento para a casa-museu de Vitorino Nemésio), o Museu do Vinho e a zona balnear dos Biscoitos, onde com pena não pudemos “provar” a água.
            Visitámos também a cidade de Angra do Heroísmo, que é património mundial, com o seu museu de antiguidades feito por habitantes de lá como forma de preservarem as tradições e mostrarem como o tempo faz evoluir tudo, em que encontrei um véu igualzinho ao meu (que já vem do tempo das minhas bisavós), o Monte Brasil… E a Lagoa das Patas… Adorei! Tivesse eu mais tempo para me perder naquele lugar… Provei Chupa-chupas, que é o nome que vulgarmente dão a umas flores amarelas, lindas, que têm um sabor doce, óptimo. Nesse dia visitámos também a queijaria Vaquinha.
            Participámos na procissão e nas festas do Sagrado Coração de Jesus, assistimos ao Bodo de leite, às touradas à corda… Almoçámos na zona balnear e de laser dos Salgueiros… E claro, não podia faltar a animação nocturna. Isto tudo na melhor companhia, que é o mesmo que dizer, o povo vilanovense.
            A chuva e o vento dos primeiros dias não ajudaram muito, mas foram colmatados por um tipo de calor que temporal nenhum ali consegue levar, que é o calor humano. Gente alegre, bem disposta.
            Nem a comida falhou. Saborosa, abundante, desde o peixe à carne de vaca, não esquecendo as sobremesas, hummm!!!
            As paisagens, a vegetação, o cheiro… Não há forma de descrever!
            E as vozes? Meu Deus, nunca tinha assistido a nada parecido. Aquele lugar deve fazer bem à garganta… E à alma também, com toda a certeza! Que terapia!
            Grandes pessoas aquelas! Simples, humildes, com um coração gigante, com um sorriso estampado na cara, com uma disponibilidade única. Uma grande lição para nós, que voltámos com a bagagem mais composta!
            Foi preciso ir aos Açores para ver, ao fim de 23 anos, o meu pai a chorar de emoção. Grande momento aquele!
            Aprendi, já, que o que de melhor posso trazer de um lugar fica gravado no corpo, pelos abraços, pelos sorrisos, pelas sensações e pelos sentimentos, pelo que o olhar alcança e pelo que não conseguimos explicar. A memória de dias, de noites, de momentos. A saudade que nos aperta o coração.
            Há coisas que ficam connosco para sempre. A Vila Nova, e a ilha Terceira em geral, já fazem parte desse grupo!
            A todos fica o nosso muito obrigado!

Mária Pombo