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"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais."
José Saramago

sábado, setembro 27, 2008

História quase verídica

Esta é a história de um menino, o Baah.
Como tantas histórias, tem uns aspectos verídicos e outros fantasiados.
Conheçam-na e apaixonem-se, como eu...
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Vivia na aldeia da Galeola, uma das muitas aldeias clandestinas, habitadas por imigrantes, neste nosso Portugal.
Chama-se Baah, é de origem guineense, e desde cedo (ou desde sempre) viveu em condições miseráveis, com o perigo à porta (ou até mesmo dentro de casa).
Na aldeia, era apenas mais um miúdo que iria seguir o caminho de todos os outros – o da droga e do crime.
Não se conhece outro naquelas bandas...
Subitamente, ao ver uma cena de pancadaria entre os pais, Baah, o menino tímido e quase sensível, encheu-se de coragem e num gesto conseguiu ser levado, juntamente com a sua mãe e a irmãzinha, para um local onde amor e afecto são o pão nosso de cada instante.
Entrou na escola para aprender muitas coisas.
E surpreendeu.
O Baah é um menino diferente...
Quando a professora lhe pede para pegar no lápis e fazer um desenho ou copiar uma letra do quadro, este responde com aquele olhar doce e em voz baixa, num semi-sorriso:
- Não sei...
Tantas vezes conviveu com armas que agora tem medo de pegar num simples lápis de carvão.
É diferente, não pior!
Não sei que tipo de homem será, um dia, o Baah.
Sei apenas que, agora, pode ser igual a todos os meninos da sua idade.
E é um herói entre os coleguinhas lá da escola.

2 comentários:

Joanne disse...

uma realidade dolorosa para muitas crianças não só no nosso pais infelizmente.

Miss Candy disse...

Espero que esse menino consiga ter um final de história feliz, ao contrário de muitos que, infelizmente, não conseguem encontrar o caminho certo a seguir nem têm quem os possa guiar. Bjs!*