(Ver também: Turno da noite)
Regresso ao 'turno da noite'. Volto a deixar de ser a Mária, estudante, e transformo-me na mari, observadora.
Mais uma noite gelada. Hoje concentro-me apenas numa parte da população, dispersa pelos vários cantos do nosso mundo. Refiro-me aos escravos do azar.
Passam vidas inteiras na rua.
Alimentam-se de ar, muitas vezes poluído, e tudo o que recebem é tantas vezes desprezo.
Agarram-se à vida que não têm, com que gostavam de sonhar. Temem!
Alguns desejam apenas saúde e um sítio para dormir.
São pequeninos e esqueléticos mas conseguem ter um coração enorme!
São os escravos do azar.
Dos recém nascidos aos mais graúdos, nenhum pediu para nascer, nenhum imaginou que a vida seria uma morte antecipada.
Infelizmente, a maioria de nós só olha para eles nesta altura do ano, em que os corações ficam mais abertos, em que a sensibilidade anda no ar.
Também será estranho e de apontar o dedo o facto de eu escrever sobre este tema precisamente agora.
Na realidade, também eu ganho mais afectividade a estas causas nesta altura em que o frio aperta, esquecendo tantas vezes que o calor não lhes mata a fome.
Eu achava que o Natal era uma época hipócrita, talvez a mais hipócrita do ano, em que as pessoas sorriem porque fica bem, ajudam para não parecer mal.
Hoje tenho dúvidas.
Começo a pensar que, pelo contrário, esta é a única altura em que não existe receio de sorrir e de dar, nem medo de ficar com um pouco menos para dar um pouco mais a quem nada tem.
Aos escravos do azar!
Aquelas pessoas simples que sorriem com tão pouco, que contagiam tanto com apenas um sorriso, para quem uma insignificância vale o mundo.
Aboliu-se a escravatura mas os escravos continuam a existir em números estrondosos, no nosso país e no mundo inteiro.
São os escravos do azar.
Hoje volto a ser metade de mim, escrevendo e divagando à média luz, sob a lua coberta de nuvens.
Resta-me acreditar na consciência das pessoas e na força (quase sobrenatural) dos sobreviventes, aqueles escravos à força, nesta noite húmida e fria, que não lhes consegue servir de abrigo.
Mais uma noite gelada. Hoje concentro-me apenas numa parte da população, dispersa pelos vários cantos do nosso mundo. Refiro-me aos escravos do azar.
Passam vidas inteiras na rua.
Alimentam-se de ar, muitas vezes poluído, e tudo o que recebem é tantas vezes desprezo.
Agarram-se à vida que não têm, com que gostavam de sonhar. Temem!
Alguns desejam apenas saúde e um sítio para dormir.
São pequeninos e esqueléticos mas conseguem ter um coração enorme!
São os escravos do azar.
Dos recém nascidos aos mais graúdos, nenhum pediu para nascer, nenhum imaginou que a vida seria uma morte antecipada.
Infelizmente, a maioria de nós só olha para eles nesta altura do ano, em que os corações ficam mais abertos, em que a sensibilidade anda no ar.
Também será estranho e de apontar o dedo o facto de eu escrever sobre este tema precisamente agora.
Na realidade, também eu ganho mais afectividade a estas causas nesta altura em que o frio aperta, esquecendo tantas vezes que o calor não lhes mata a fome.
Eu achava que o Natal era uma época hipócrita, talvez a mais hipócrita do ano, em que as pessoas sorriem porque fica bem, ajudam para não parecer mal.
Hoje tenho dúvidas.
Começo a pensar que, pelo contrário, esta é a única altura em que não existe receio de sorrir e de dar, nem medo de ficar com um pouco menos para dar um pouco mais a quem nada tem.
Aos escravos do azar!
Aquelas pessoas simples que sorriem com tão pouco, que contagiam tanto com apenas um sorriso, para quem uma insignificância vale o mundo.
Aboliu-se a escravatura mas os escravos continuam a existir em números estrondosos, no nosso país e no mundo inteiro.
São os escravos do azar.
Hoje volto a ser metade de mim, escrevendo e divagando à média luz, sob a lua coberta de nuvens.
Resta-me acreditar na consciência das pessoas e na força (quase sobrenatural) dos sobreviventes, aqueles escravos à força, nesta noite húmida e fria, que não lhes consegue servir de abrigo.
Sorrir-lhes será o primeiro passo?...
6 comentários:
Este post pode ser lido de várias formas. Só a parte cinzenta, só a parte mostarda ou ambas :)
Bjinho***
Normalmente ignoro.
Quem me conhece sabe que mais facilmente perco tempo com um Vira-Lata que com uma Pessoa...
Não sou hipocrita, sou desumano, os dias ensinaram-me a sê-lo e poucas vezes me combato.
Optimo post Mari, das 3 versões prefiro a integral, e que SEJAS Natal todos os dias.
Abraço muito grande, que te duplique a vontade de continuar a fazer coisas bonitas.
Talvez devesse-mos olhar para o Natal como o menino que nasceu numas palhinhas deitado quando ninguém queria acolher aquela mãe que estava prestes a dar à luz….
Aquele menino tornou-se homem e uma esperança para muita gente!
Vive-mos “graças a Deus” numa sociedade capitalista e consumista onde podemos considerar-nos ricos…mas será que somos ricos em humildade e caridade?
Em quem acreditamos afinal? Num Pai Natal que dá presentes a quem se porta bem ou num Menino Jesus que na sua humilde vida dedicou-se aos mais pobres e àqueles que mais precisavam?
Qual a verdadeira mensagem do Natal? Não sei….
Mas sei que a esperança é a ultima a morrer e o mundo pode se tornar um pouco melhor, basta ajudar a pessoa que está ao nosso lado ou aquela que mais precisa.
Um sorriso, um abraço, um gesto vale sempre a pena, quando é dado por amor, carinho e afecto.
Beijinho
Para ti que me visitaste
Ao longo destes poucos meses
Ofereço-te uma prenda singela
Uma estrela de mil cores
Roubei-a ao firmamento
Deposito-a na tua mão
Para que neste Natal
Te ilumine o coração
Um Santo e Mágico Natal
Doce beijo
Minha querida Mari: tocou-me fundo na alma esta tua postagem! Nada a dizer... volto outra hora! Deixo-te uma lágrima, uma pétala e um beijo, nesse coração tão lindo que tens.
quantas vezes aqui vim sem deixar uma palavra!
devia ter tantas, não era?
não tenho...
será que sorri-lhes será o primeiro passo? esse passo seria tão fácil para mim! bem mais que as palavras, que continuo a não ter...
para ti, um beijo
luísa
Enviar um comentário