Abriu os olhos, olhar ensonado...
Rastejou para fora da cama, a passos trocados...
Partiu!
A porta ficou aberta,
A alma ia deserta,
Partiu!
Nada comeu,
Nada bebeu,
Nada preparou,
Nem de roupa trocou...
Partiu!
Passeou-se pela aldeia,
Deu por lá volta e meia...
E partiu!
Lá ninguém o encontrou,
Por nenhum café ele parou...
Acordou, passeou e
Partiu!
A sua amante era a poesia,
Era cego e alegre, o senhor,
E na bengala escrevia
Longas cartas de amor!
Mas partiu...
Sonhamos tanto e tanto...
Por vezes pensamos que não, que temos plena consciência da realidade!
E nesses momentos não é o sonho que comanda a vida, mas sim o seu oposto. Talvez este senhor se chame Sonho!
Talvez esteja este senhor poeta, alegre e cego guardado em todos nós...
Gosto de acreditar que sim!