Desta forma
Silenciada
Vivo o silêncio
Silenciando-me

Vivo
Emudecida
Rodeada
De gente
E de pessoas
Com vida
Com importância
A importância
Devida
Adequada
A cada qual

Vivo
Calada
Falando
Gritando
Suspirando
Para o bem
E para o mal

Vivo
Abafada
Omitida
Calando
Falando
Ignorada
Ouvida

Porque o mais importante
Diz-se das formas mais

Diversas

Imaginadas
Elevadas
Discretas
Olhadas
E caladas.

Porque...

Porque
Se não for de cabeça, não me atiro
Prefiro ficar em terra…

Porque
Se for só paz, eu não me firo
Não sei lidar com a guerra…

Porque
O amor é fogo
E é suor…
Mas é também um manto sem dor…

Porque
Quero sentir a paz
E sei que – contigo – sou capaz…

Desculpa se estou ou pareço mais fria…
Na realidade, tudo isto que estou a ser não é mais que um meio de autodefesa…
Apenas estou a encarar a realidade, e sabes bem disso; estou a tentar desapaixonar-me de uma das pessoas mais incríveis que conheci.
Não está fácil… Ter que guardar o telemóvel no beco mais fundo da mala, sempre pequena nestas alturas… ver-te em cada rosto e aceitar que não te tenho… olhar-me ao espelho e sentir o teu olhar reflectido no meu, aquele abraço que mais ninguém sabe dar…
E esperar que tudo isto passe um dia…
Eu, noutra situação, estaria a encarar tudo como uma perda, como uma batalha em que saí derrotada…
E não penses que estou a levar esta decisão de ânimo leve…
Mas desta vez é diferente! Desta vez, apesar de tudo, sinto-me uma campeã, pelo que consegui cativar-te um bocadinho que fosse…
Não foi o suficiente! Mas aí a culpa não é tua e em ti só posso ter orgulho…
E sabes, não vou esperar… porque, segundo diz o senso comum, os milagres acontecem quando menos se espera…
Se voltares, sabes com o que podes contar de mim – que é tudo…
Se não voltares, não largues nunca aquele beijo que em tempos te dei…
E sê muito feliz!!

Só alguém tão pobre procede com tanta generosidade.........
Linda a imagem...

Neste relógio sem ponteiros...

Eu, que tenho tempo… que não o quero ter!
Um lençol estendido à minha espera, onde me deito e me perco na imensidão…
Tenho tempo para tantas coisas e para tantas outras não…
“Ninguém corre atrás de mim” eu sei…
Hoje tenho tempo…
Tão pouco para mim e tanto para tanto mais que me transcende…
Perdida e esquecida…
Cá estou mais uma vez…
No tempo, no espaço, na vida…
Neste relógio sem ponteiros!
De alguém!
Perdida entre o campo e a cidade…
Esquecida num corpo…
E desta forma tenho tempo, porque, estando perdida e esquecida, não me sentem a falta, não existe a saudade…
Nem existe um caminho exacto a percorrer…
Ou melhor, existem vários, mas não quero ser eu a escolher…
Entreguei-me ao destino…
Fechei os olhos e limitei-me a andar… A deixar-me levar…
Agora flutuo nesta vida, ou neste sonho…
Neste relógio sem ponteiros!
Perdida entre esta casa e a faculdade…
Entre os vários pontos desta cidade…
Neste relógio sem ponteiros…

Mas o tempo não anda, simplesmente corre!
E hoje quem não anda, simplesmente morre!

…e por isso quero andar…

A nós, Mulheres!

Perguntam-me se concordo com um dia especial para a mulher…
Respondo que não, parecendo-me a mim óbvio…
- Então porquê? – Interpelam novamente – Seria de esperar que uma defensora do poder feminino gostasse de um dia dedicado à Mulher.
Eu respondo indignada desta forma:
Um dia da Mulher??
Da mulher deveriam ser todos os dias!
Mulher: pilar da família,
Seio da vida,
Sinónimo de beleza, de afecto, de ternura…
Mulher moderna, terna e madura…
Mulher: rir e chorar,
Seduzir e encantar,
Acariciar,
Sentir,
Proteger…

Ser mulher significa vencer!

Eu sou mulher e adoro ser!!!

Infeliz o que não vê isso…

Este que aqui te vejo, és tu
Esta que aqui te vê, sou eu
Batendo com a mão no peito, que é teu
Querendo que abras os braços
E os feches em volta de mim

Este corpo que se deixa proteger, é meu
Este corpo que preenche o espaço, és tu
Que luta (ou luto)
Com uma força sem fim.

... (de reticências...)

...

É assim que me sinto... reticente...
É assim que vou andar... reticente...
Deixar evoluir...

...para ponto final ou para ponto nenhum...
...para parágrafo ou para fim de texto - fim de história...
A interrogação está implícita...
As dúvidas existem, claro...
Mas hoje estou assim... de reticências...

Hoje tirei os sapatos...
Andei descalça...
Despi os medos e as fragilidades de menina espantada com a podridão do mundo e senti o que é andar realmente de pés descalços... pela vida!
Trepei paredes e árvores, subi aos telhados, cheguei ao cimo da torre mais alta...
Descalça... sempre descalça!
Descalça pela vida, descalça pelo mundo!
Apeteceu-me... sentir mais, viver mais... viver e sentir de perto, sem obstáculos ou protecções...
Apeteceu-me... sorrir e chorar com sentido, com dor ou alegria totais.
Senti como nunca antes!
Senti a água pantanosa e escorregadia no chão, os estilhaços que sempre existem na rua...
Vária texturas, várias dores e vários prazeres...
Senti-me nua!
E estava apenas descalça...
Pisei o fogo, senti o conforto do algodão.

Pensava eu que já tinha os pés calejados de viver...

Pura ilusão!...

PARABÉNS MÃE!

Mãe, hoje é para ti que falo…
Hoje estou longe de ti, mas muito perto, em simultâneo!
Por isso lanço esta meia dúzia de palavras ao vento, pela janela do computador, na esperança de chegarem a ti sãs e salvas!
Não vou estar com discursos sentimentais e de fazer chorar… Até seria típico meu, mas apetece-me variar!
A realidade é que ser independente é bom, mas o conforto e o carinho e os mimos e a atenção que me dás são insubstituíveis!
Este post tem única e simplesmente o propósito de dizer a todos, e a ti em especial, que tu própria és especial!
És especial porque és mulher, porque és mãe e sabes sê-lo muito bem, porque és a MINHA mãe! (…e porque soubeste fazer uma filha espectacular, que sou eu, claro, não inferiorizando as minhas manas…)
Por isso, e porque amanhã já vou estar aí, fica só um beijo enormeee! E muitos muitos muitos PARABÉNS!!